terça-feira, 30 de setembro de 2014

Solidariedade aos que Lutam!!!


Recentemente uma série de perseguições e represálias vem ocorrendo nos movimentos sociais em suas diferentes ações. O Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri, reconhece a legitimidade das lutas, acreditamos que a luta por reivindicações, por melhorias, os protestos com objetivos e propostas ou mesmo ações espontâneas não são crimes, são formas d@s indivíduos e coletivos conquistarem melhorias e qualidades de vida, não apenas para o hoje, para o agora, mas para as gerações futuras também. A partir disso, publicamos comunicado enviados por companheir@s do Movimento Estudantil da FCL de Araraquara, que vem sofrendo perseguições e processos jurídicos por meio dos aparatos estatais. Segue nosso sincero voto de SOLIDARIEDADE aos companheir@s e compartilhamos aqui seu manifesto e informe sobre a situação que vem ocorrendo sobre o Movimento Estudantil de Araraquara.

COMUNICADO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL SOBRE REPRESSÃO E PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS

 


O movimento estudantil da UNESP-Araraquara, através de deliberação retirada em assembleia geral, construiu greve e ocupação da direção da FCL, em luta por uma universidade a serviço do povo. As ações foram realizadas em apoio à classe trabalhadora e ao estudantado das três Estaduais Paulistas, se estendendo a greve por mais de 100 dias, contra os ataques do CRUESP e do governo do Estado à Educação Pública. Em Araraquara, estes ataques se evidenciam pelos cortes de bolsas, pelas 38 expulsões da moradia estudantil, pelo reajuste salarial negado ao setor técnico-administrativo, entre inúmeros componentes que fazem parte do projeto de privatização em curso contra a educação pública, excluindo o povo pobre do acesso à universidade. Os ataques se evidenciam também pela repressão: no dia 20 de Junho de 2014, as estudantes e os estudantes que ocupavam a direção da FCL foram reintegrados violentamente por descomunal força policial (150 policiais as 4h30 da madrugada), que adentrou a ocupação munida de armamento pesado, presença da tropa de choque, realizando diversas ilegalidades (revistas ilegais, pressão psicológica, constrangimento, homofobia, agressões verbais, e a própria condução para delegacia), fazendo parte de uma série de violações de direitos empreendidas pela direção da FCL, sob tutela da REItoria. Ocorrem também os processos punitivos, como sindicâncias e processos jurídicos, que podem resultar em graves punições como explicaremos abaixo.
Passamos a Copa do Mundo, que deixou amplo legado de destruição, desalojos, desterros, prisões, tortura, repressão, e adentramos novo período de lutas, com o fortalecimento das greves nas universidades, assim como uma nova escalada repressiva. É agora, portanto, o momento de reafirmarmos nossa força, unificando os setores em luta para conquistarmos nossas reivindicações, mas para também defendermos quem luta e está passando por prisões, ameaças, assédios e demissões.
Os governos empreendem nacionalmente uma tentativa de reprimir a juventude, as trabalhadoras e os trabalhadores que saíram às ruas em junho e em 2014. No Rio de Janeiro foram 23 presos, que recentemente receberam habeas corpus, mas seguem processados; no RS demitiram um rodoviário que fez greve, já ocorreram diversas prisões arbitrárias, que vêm causando um escândalo em escala internacional, na qual as pessoas são impedidas de manifestar e são presas de maneira “preventiva”, sem provas, tendo suas casas invadidas, num estado dito democrático onde teriam o direito de expressar e praticar suas posições políticas. Percebe-se, entretanto, que a democracia é uma farsa, e atende somente aos interesses das classes dominantes. Por isso seguimos lutando contra a ofensiva dos governos em criminalizar as lutas.
No estado de São Paulo, o governo Alckmin mandou prender, num dos atos contra a Copa do Mundo, um trabalhador e estudante da USP, Fábio Hideki, com acusações forjadas, levando-o à penitenciária do Tremembé em São Paulo. Ainda hoje, está preso Rafael Braga, morador de rua e catador de lixo preso por portar Pinho Sol. Antes disso, Alckmin colocou a polícia militar para reprimir trabalhadoras, trabalhadores e manifestantes em atos e piquetes feitos para garantir o direito de greve. Além disso, 42 metroviárias/os foram demitidos por lutar por melhores condições de trabalho e transporte para a população. Demissões de caráter unicamente político.
Na greve das Estaduais Paulistas, por sua vez, que vêm resistindo bravamente, as duras investidas do governo e da reitoria incluem corte de ponto aos funcionários grevistas, tiros de bala de borracha a queima-roupa e gás lacrimogêneo! Além disso, a reitoria da USP aprovou a demissão de 1700 funcionários, aprofundando o projeto de privatização e as ofensivas contra aos trabalhadores e à educação pública. Também aprovou a desvinculação do Hospital Universitário da USP, que se configura um grande atentado à saúde pública. Os trabalhadores das estaduais lutam por seus salários, mas também contra os governos e reitorias que ferem diretamente os direitos dos trabalhadores e da população pobre. Por isso, não permitiremos a repressão a quem luta!
Em Araraquara, a repressão também já recomeça: três estudantes estão respondendo processo judicial por realizar intervenções artísticas no vão dos Centros Acadêmicos, espaço historicamente utilizado para manifestações livres, como indica a placa nos muros do local. O curioso é que neste mesmo processo, está escrito que estes tem histórico de problemas com a UNESP, e fizeram parte da ocupação da reitoria, deixando claro que a motivação destas punições tem caráter de perseguição política. Os estudantes terão de pagar individualmente um salário mínimo caso não queiram ser condenados. Além disso, as sindicâncias para punir @s estudantes que ocuparam a direção (incluindo até mesmo pessoas que não estavam presentes) tem início. Foram abertas 17 sindicâncias, correndo o risco de resultarem em expulsões da universidade, associadas a um processo civil onde nomearam, arbitrariamente, 5 nomes como líderes, sendo que não existem lideranças no movimento estudantil por ser este movimento organizado de forma horizontal, não-hierárquica, de baixo pra cima. A abertura de processos criminais também é provável, causando neste conjunto, irreparáveis danos morais, psicológicos e financeiros contra @s estudantes, que precisam de advogados, que precisam terminar o curso, e que podem receber penas graves, incluindo prisões (um desejo do diretor Cortina), retirando primariedade de réu, afetando todo o curso da vida futura. Em Rio Claro, o mesmo acontece.
Diante destes fatos, chamamos tod@s @s estudantes da FCL para comparecer ao ato em frente a Faculdade de Odontologia, segunda-feira, dia 8/09, às 13h30, onde irão ocorrer as audiências das sindicâncias, para manifestar apoio @s que lutam, e lutar contra a repressão. Onde um Estado cujas palavras de ordem são a arbitrariedade e a violência, e onde a Lei é a inconstitucionalidade, para nós, que nunca acreditamos na Justiça burguesa, o que nos fortalece é o apoio mútuo e as redes de solidariedade. É urgente nos mobilizarmos em torno de uma campanha contra a criminalização dos movimentos sociais e d@s lutadores/as em greve e ocupação pelo fim imediato de todos os processos, inquéritos, expulsões e demissões.
NENHUMA EXPULSÃO OU DEMISSÃO D@S LUTADORES DA GREVE DAS TRÊS ESTADUAIS E DA OCUPAÇÃO! BASTA DE PERSEGUIÇÕES @S QUE LUTAM! PELO FIM DOS PROCESSOS POLÍTICOS! OS ATAQUES DA REITORIA E DO GOVERNO DO ESTADO NÃO PASSARÃO! MOVIMENTO ESTUDANTIL DA FCL-ARARAQUARA






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