Distantes de nosso blog por um
longo tempo, retornamos, informando que essa distância foi em decorrência de
ações práticas, ações estas visando uma melhor atuação para a propagação e
difusão do ideário ácrata, estreitando os laços de contato e, assim, divulgando
o anarquismo em diferentes locais.
No
mês de agosto, no dia 18, distante da região litorânea, o Núcleo de Estudos
Libertários Carlo Aldegheri migrou cerca de 450 quilômetros , para
a cidade de Bauru, onde em conjunto com os/as responsáveis pelas atividades do
Cine Extinção foi exibido o documentário “Viver
a Utopia” (1997), documentário este que trata da história da Revolução
Espanhola, a partir da memória de militantes anarquistas, que vivenciaram e
participaram daquele momento histórico. Seguindo a prática da sessão “Cinema & Anarquia” que realizamos na
Baixada Santista, ocorreu uma rápida exposição seguida de debate, sendo
apontada a importância da memória histórica em relação à Revolução Espanhola
tendo nesta prática a reflexão e criação de perspectivas futuras, compreendidas
a partir dos erros e acertos daquele evento histórico. A sessão contou com a
presença de um público considerável e empolgado com as idéias libertárias, que
participou ativamente do debate.
No dia 30 de setembro de 2012,
aconteceu em Santos a primeira Marcha das Vadias da Baixada Santista, que
contou com o apoio e a participação do Núcleo de Estudos Libertários Carlo
Aldegheri.
O nome curioso para alguns e
ofensivo para outros, na verdade surgiu como uma resposta sarcástica ao
discurso de um policial que, em uma palestra sobre segurança na Faculdade de
Direito “Osgoode Hall Law School” (Canadá), disse que as mulheres deveriam
evitar “se vestir como vadias” para que não fossem vítimas de violência sexual.
A declaração gerou uma onda de revolta, que culminou na primeira Marcha das
Vadias, ocorrida em Toronto, em 3 de abril de 2011. De lá, o movimento
rapidamente se espalhou por todo o mundo, com Marchas em lugares tão diferentes
entre si quanto Austrália e Índia. No Brasil, a primeira Marcha das Vadias
aconteceu em São Paulo, no dia 4 de junho de 2011.
Na Baixada Santista, o movimento
que se definiu como feminista e apartidário, teve como objetivo protestar
contra as agressões físicas, psicológicas, sociais, culturais e morais as quais
as mulheres são submetidas todos os dias, ressaltando que, em muitos casos, as
próprias mulheres acabam sendo culpabilizadas por toda essa violência machista
e sexista da qual, na verdade, são vítimas.
A concentração aconteceu na Praça
da Independência, no Gonzaga, e caminhou pela avenida principal da orla da
praia (bloqueando o trânsito dos automóveis) até o Parque do Emissário, no José
Menino, onde terminou com alguns discursos. Durante toda a manifestação houveram
discursos através de um carro de som, músicas e palavras de protesto, além de
muitas faixas, cartazes e panfletagens.
A primeira Marcha das Vadias da
Baixada Santista, reuniu entre 100-150 pessoas e também conseguiu chamar a
atenção de vários meios de comunicação da região, que registraram o evento.
Alguns vídeos estão disponíveis na internet, aqui
estão dois vídeos:
Em 8 de novembro, o Núcleo de
Estudos Libertários Carlo Aldegheri, subiu a serra, para participar do Colóquio
Internacional “Educação Libertária: 100 anos da Escola Moderna de São Paulo”, atividade
que foi realizada na Faculdade de Educação da USP e organizada pelos/as
companheiros/as da Biblioteca Terra Livre. Participamos do debate Grupos de Estudos como Práticas de
Auto-Formação e Militância, participaram junto a nós deste debate os/as
companheiros/as dos seguintes coletivos: Ativismo ABC (Santo André), Biblioteca
Terra Livre (SP) e Grupo de Estudios José Domingo Gómez Rojas (Chile), o debate
foi precedido da palestra do professor Antônio Romera Valverde, intitulada: Autodidatismo: Teoria e prática de Educação
Anarquista. Em nossa exposição apresentamos nossa proposta de estudos,
nossas preocupações, motivações e experiências que nos levaram a formação do
nosso núcleo de estudos e as perspectivas da nossa prática. Houve um grande
público, mas infelizmente uma pequena participação do mesmo durante o debate.
Sendo a anarquia considerada por
muitos uma utopia, para nós anarquistas essa significação de utopia resume-se
na concepção de que nossos sonhos e projetos são necessários, pois são eles os
combustíveis que alimentam e fortalecem nossos desejos, são através deles que
podemos pensar, buscar e criar uma nova realidade, em outras palavras, eles são
necessários para uma nova criação de nossa existência.
Partindo
desta concepção, desde o mês de outubro, o Núcleo de Estudos Libertários Carlo
Aldegheri vem materializando um velho projeto de todos/as envolvidos/as, que
estavam dispersos/as e em locais diferentes e talvez até distantes, mas que ao
se encontrarem, ao se organizarem, ao se identificarem tornou-se realidade. Foi
com grande prazer e contentamento que localizamos e alugamos uma pequena sala,
que é nossa sede e nela está também nossa Biblioteca, visando atender aos
pesquisadores, militantes, interessados e curiosos, enfim, está aberta visando
propagar e difundir o anarquismo, mantendo suas portas abertas nos momentos de
atividades para todos/as, sejam anarquistas ou não.
No dia 14 de novembro, houve uma
pré-inauguração da Biblioteca Carlo Aldegheri, com convites limitados apenas
para as pessoas mais próximas de nosso projeto, devido nossa Biblioteca
encontrar-se ainda em fase de mudança e organização. Neste pequeno evento houve
palestras ministradas por um companheiro do grupo Henry Poulain (França) e por outros dois companheiros do Grupo de Estudios José Domingo Gómez Rojas
(Chile), onde os mesmos discorreram sobre a história do anarquismo e sua
contemporaneidade nos devidos países. Foi um evento bem interessante, onde além
de conhecer um pouco mais a trajetória do anarquismo no Chile e na França,
também nos foi possível obter informações precisas das atividades anarquistas
atuais em ambos países, trocar experiências concretas (tanto em contextos
similares, quanto em contextos distintos ao nosso) e estreitar ainda mais o
contato com os/as companheiros/as. Vale mencionar que estes companheiros/as
foram convidados/as a conhecer nosso espaço e realizar suas falas devido à
passagem dos/as mesmos/as no Brasil em decorrência da realização da 3º Feira Anarquista de São Paulo.
Em 8 de dezembro, finalmente, foi com grande
contentamento que materializamos nosso antigo projeto, com a inauguração da
Biblioteca Carlo Aldegheri. Visando ser um espaço de socialização de ideias e
experiências, difundindo os ideários libertários e assim buscando
possibilidades de transformação da realidade, refletindo as preocupações
sociais numa perspectiva ácrata, sendo ao mesmo tempo, um local de estudo da
história, filosofia, sociologia, literatura e cultura anarquista, um local propício
para a formação de novos/as militantes e para o aperfeiçoamento de seus próprios
membros e demais militantes que já estão na luta. A inauguração contou com a
presença de companheiros/as de São Paulo, São Vicente, Santos e Guarujá (estiveram
presentes companheiros/as da Biblioteca
Terra Livre, do Centro de Cultura Social de São Paulo e da Rádio da Juventude de São Vicente), que
puderam presenciar a brilhante palestra ministrada pelo companheiro Sérgio
Norte, intitulada “Muito prazer,
Anarquia!”, em que discorreu traçando a trajetória das diversas atuações
libertárias em distintos momentos históricos, sendo uma ótima introdução sobre
o saber e viver anarquista. Abaixo deixamos o link do áudio dessa palestra, que
foi gravada pelos/as companheiros/as da Rádio da Juventude e aqui postamos para
socializar a experiência com aqueles que estiveram ausentes:
Agora que 2012 vêm chegando aos
seus momentos finais e, sendo assim, 2013 será um ano que almejamos seguir na
nossa luta e desenvolver uma série de atividades, as mais diversas possíveis (como
mostra de filmes, palestras, cursos, além de outras...) e tendo agora a
Biblioteca Carlo Aldegheri como um instrumento e espaço a mais como forma de
ação e expressão anarquista, sendo assim, convidamos a todos/as interessados/as
a se solidarizar, participar, colaborar e atuar junto conosco, pois é
caminhando juntos que poderemos ser e formar homens e mulheres novos/as e assim
alcançarmos o tão sonhado Mundo Novo. No mais, SAÚDE & ANARQUIA!
Informamos que
em breve retomaremos a postagem de novos “velhos” textos.
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