segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Longe do virtual... Próximo do real


Distantes de nosso blog por um longo tempo, retornamos, informando que essa distância foi em decorrência de ações práticas, ações estas visando uma melhor atuação para a propagação e difusão do ideário ácrata, estreitando os laços de contato e, assim, divulgando o anarquismo em diferentes locais.
No mês de agosto, no dia 18, distante da região litorânea, o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri migrou cerca de 450 quilômetros, para a cidade de Bauru, onde em conjunto com os/as responsáveis pelas atividades do Cine Extinção foi exibido o documentário “Viver a Utopia” (1997), documentário este que trata da história da Revolução Espanhola, a partir da memória de militantes anarquistas, que vivenciaram e participaram daquele momento histórico. Seguindo a prática da sessão “Cinema & Anarquia” que realizamos na Baixada Santista, ocorreu uma rápida exposição seguida de debate, sendo apontada a importância da memória histórica em relação à Revolução Espanhola tendo nesta prática a reflexão e criação de perspectivas futuras, compreendidas a partir dos erros e acertos daquele evento histórico. A sessão contou com a presença de um público considerável e empolgado com as idéias libertárias, que participou ativamente do debate.


No dia 30 de setembro de 2012, aconteceu em Santos a primeira Marcha das Vadias da Baixada Santista, que contou com o apoio e a participação do Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri.
O nome curioso para alguns e ofensivo para outros, na verdade surgiu como uma resposta sarcástica ao discurso de um policial que, em uma palestra sobre segurança na Faculdade de Direito “Osgoode Hall Law School” (Canadá), disse que as mulheres deveriam evitar “se vestir como vadias” para que não fossem vítimas de violência sexual. A declaração gerou uma onda de revolta, que culminou na primeira Marcha das Vadias, ocorrida em Toronto, em 3 de abril de 2011. De lá, o movimento rapidamente se espalhou por todo o mundo, com Marchas em lugares tão diferentes entre si quanto Austrália e Índia. No Brasil, a primeira Marcha das Vadias aconteceu em São Paulo, no dia 4 de junho de 2011.
Na Baixada Santista, o movimento que se definiu como feminista e apartidário, teve como objetivo protestar contra as agressões físicas, psicológicas, sociais, culturais e morais as quais as mulheres são submetidas todos os dias, ressaltando que, em muitos casos, as próprias mulheres acabam sendo culpabilizadas por toda essa violência machista e sexista da qual, na verdade, são vítimas.
A concentração aconteceu na Praça da Independência, no Gonzaga, e caminhou pela avenida principal da orla da praia (bloqueando o trânsito dos automóveis) até o Parque do Emissário, no José Menino, onde terminou com alguns discursos. Durante toda a manifestação houveram discursos através de um carro de som, músicas e palavras de protesto, além de muitas faixas, cartazes e panfletagens.
A primeira Marcha das Vadias da Baixada Santista, reuniu entre 100-150 pessoas e também conseguiu chamar a atenção de vários meios de comunicação da região, que registraram o evento.
Alguns vídeos estão disponíveis na internet, aqui estão dois vídeos: 




Em 8 de novembro, o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri, subiu a serra, para participar do Colóquio Internacional “Educação Libertária: 100 anos da Escola Moderna de São Paulo”, atividade que foi realizada na Faculdade de Educação da USP e organizada pelos/as companheiros/as da Biblioteca Terra Livre. Participamos do debate Grupos de Estudos como Práticas de Auto-Formação e Militância, participaram junto a nós deste debate os/as companheiros/as dos seguintes coletivos: Ativismo ABC (Santo André), Biblioteca Terra Livre (SP) e Grupo de Estudios José Domingo Gómez Rojas (Chile), o debate foi precedido da palestra do professor Antônio Romera Valverde, intitulada: Autodidatismo: Teoria e prática de Educação Anarquista. Em nossa exposição apresentamos nossa proposta de estudos, nossas preocupações, motivações e experiências que nos levaram a formação do nosso núcleo de estudos e as perspectivas da nossa prática. Houve um grande público, mas infelizmente uma pequena participação do mesmo durante o debate. 


Sendo a anarquia considerada por muitos uma utopia, para nós anarquistas essa significação de utopia resume-se na concepção de que nossos sonhos e projetos são necessários, pois são eles os combustíveis que alimentam e fortalecem nossos desejos, são através deles que podemos pensar, buscar e criar uma nova realidade, em outras palavras, eles são necessários para uma nova criação de nossa existência.
Partindo desta concepção, desde o mês de outubro, o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri vem materializando um velho projeto de todos/as envolvidos/as, que estavam dispersos/as e em locais diferentes e talvez até distantes, mas que ao se encontrarem, ao se organizarem, ao se identificarem tornou-se realidade. Foi com grande prazer e contentamento que localizamos e alugamos uma pequena sala, que é nossa sede e nela está também nossa Biblioteca, visando atender aos pesquisadores, militantes, interessados e curiosos, enfim, está aberta visando propagar e difundir o anarquismo, mantendo suas portas abertas nos momentos de atividades para todos/as, sejam anarquistas ou não.
No dia 14 de novembro, houve uma pré-inauguração da Biblioteca Carlo Aldegheri, com convites limitados apenas para as pessoas mais próximas de nosso projeto, devido nossa Biblioteca encontrar-se ainda em fase de mudança e organização. Neste pequeno evento houve palestras ministradas por um companheiro do grupo Henry Poulain (França) e por outros dois companheiros do Grupo de Estudios José Domingo Gómez Rojas (Chile), onde os mesmos discorreram sobre a história do anarquismo e sua contemporaneidade nos devidos países. Foi um evento bem interessante, onde além de conhecer um pouco mais a trajetória do anarquismo no Chile e na França, também nos foi possível obter informações precisas das atividades anarquistas atuais em ambos países, trocar experiências concretas (tanto em contextos similares, quanto em contextos distintos ao nosso) e estreitar ainda mais o contato com os/as companheiros/as. Vale mencionar que estes companheiros/as foram convidados/as a conhecer nosso espaço e realizar suas falas devido à passagem dos/as mesmos/as no Brasil em decorrência da realização da 3º Feira Anarquista de São Paulo.


Em 8 de dezembro, finalmente, foi com grande contentamento que materializamos nosso antigo projeto, com a inauguração da Biblioteca Carlo Aldegheri. Visando ser um espaço de socialização de ideias e experiências, difundindo os ideários libertários e assim buscando possibilidades de transformação da realidade, refletindo as preocupações sociais numa perspectiva ácrata, sendo ao mesmo tempo, um local de estudo da história, filosofia, sociologia, literatura e cultura anarquista, um local propício para a formação de novos/as militantes e para o aperfeiçoamento de seus próprios membros e demais militantes que já estão na luta. A inauguração contou com a presença de companheiros/as de São Paulo, São Vicente, Santos e Guarujá (estiveram presentes companheiros/as da Biblioteca Terra Livre, do Centro de Cultura Social de São Paulo e da Rádio da Juventude de São Vicente), que puderam presenciar a brilhante palestra ministrada pelo companheiro Sérgio Norte, intitulada “Muito prazer, Anarquia!”, em que discorreu traçando a trajetória das diversas atuações libertárias em distintos momentos históricos, sendo uma ótima introdução sobre o saber e viver anarquista. Abaixo deixamos o link do áudio dessa palestra, que foi gravada pelos/as companheiros/as da Rádio da Juventude e aqui postamos para socializar a experiência com aqueles que estiveram ausentes:


Agora que 2012 vêm chegando aos seus momentos finais e, sendo assim, 2013 será um ano que almejamos seguir na nossa luta e desenvolver uma série de atividades, as mais diversas possíveis (como mostra de filmes, palestras, cursos, além de outras...) e tendo agora a Biblioteca Carlo Aldegheri como um instrumento e espaço a mais como forma de ação e expressão anarquista, sendo assim, convidamos a todos/as interessados/as a se solidarizar, participar, colaborar e atuar junto conosco, pois é caminhando juntos que poderemos ser e formar homens e mulheres novos/as e assim alcançarmos o tão sonhado Mundo Novo. No mais, SAÚDE & ANARQUIA!

Informamos que em breve retomaremos a postagem de novos “velhos” textos.    



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