Em 2 de Março, após o encerramento das festas carnavalescas, a Biblioteca Carlo Aldegheri, sede do NELCA, abre suas portas ao público para a apreciação da palestra “Uma visão sobre o movimento punk e anarquista na cidade de São Paulo, entre 1980 e 1995”, ministrada pelo companheiro Antônio Carlos de Oliveira, membro do CCS/SP. Com a sala cheia, Antônio Carlos, através do exercício da memória, relatando suas experiências e vivências com os velhos militantes anarquistas de São Paulo e sua atuação junto ao movimento punk de São Paulo, apoiando-se no contexto do período abordado, realizou uma bela explanação tratando de fatos como o ressurgir do movimento anarquista na capital paulista, a reabertura do Centro de Cultura Social e a aproximação dos jovens punks com os velhos militantes, como Jaime Cubero, uma ótima palestra que contentou os presentes. Vale mencionar aqui o comentário do companheiro Fernando, da Rádio da Juventude, de São Vicente, sobre esta atividade:
“Foi muito legal a discussão sobre o movimento
punk e anarquista nas décadas de 80 e 90. Não foi uma discussão acadêmica, mas
sim uma conversa franca e direta sobre as experiências de práticas e ação
direta das organizações e em especial da história de vida do companheiro
Antonio Carlos, ex-operário metalúrgico, que atualmente trabalha como
coordenador pedagógico, que participou do movimento Punk na década de 80 e nos
anos 90 procurou se aproximar mais dos coletivos anarquistas. Foi uma ótima
conversa que envolveu desde as aspirações e a "porralouquice" da
adolescência passando as situações do movimento operário, e do movimento
punk/anarquista, os momentos incipientes e os momentos de trabalho intenso, etc.”.
Abaixo segue vídeo com
trecho da palestra do companheiro Antônio Carlos de Oliveira:
Ainda no mês de Março,
seguindo nossas atividades, nos deslocamos para a Cinemateca de Santos, levando
nossos livros para venda – venda esta que possui uma tripla função: a
manutenção de nossa sede e de nossas atividades; o apoio financeiro para as
Editoras Anarquistas que distribuímos e, conseqüentemente, a propagação do
anarquismo – além da distribuição gratuita de vários materiais anarquistas,
realizamos naquele espaço atividade em memória, homenagem e respeito à luta das
mulheres operárias e anarquistas. Nesta atividade ocorreu a exibição do filme “Emma Goldman: Uma Mulher Muito Perigosa”
(2004), de Mel Bucklin, seguido de roda de conversa e debate sobre o tema “Anarcofeminismo
na Atualidade” em conjunto com os
coletivos Minas Terrestres e Marana, ambos de São Paulo. Antecedendo o debate, a
companheira Liana, do NELCA, numa rápida exposição e resgate da memória, atuação
e colaboração das mulheres militantes anarquistas na cidade de Santos, lembrou
o nome de companheiras como: Elza Costa, Sofia Krup, Aurora Novoa Lozano, Luzia
Novoa, Isaura Puyssegur, Sofia Garrido, Maria Rodriguez, Paula Soares, Angelina
Soares, Pilar Soares, Matilde Soares, entre outras... Houve também a recordação
e homenagem aos 20 anos da fundação do Coletivo Anarco-Feminista (CAF), grupo
anarcofeminista de grande importância e atuação na cidade de São Paulo e os
mais de 15 anos de lançamento do informativo “Libertárias”, de Santos,
confeccionado por militantes anarcofeministas, ocorrendo a distribuição de
cópias do informativo “Libertárias”, Número 1, além de informativo do CAF para
o público presente.
Durante
a roda de conversa ocorreu a desconstrução crítica do filme exibido, repensando
e apontando traços da biografia de Emma Goldman que foram ignorados na
película. Vários pontos fundamentais também foram expostos e debatidos, tais
como: a ausência da memória de militantes anarcofeministas por muitos
anarquistas; a
reivindicação da luta pela emancipação e protagonismo das mulheres. Foi uma
atividade que contou com um público volumoso, “superlotando” a sala da
Cinemateca, público esse que empolgado, colaborou e participou do debate.
Vale mencionar, também, que antecedendo
a exibição do filme e a roda de conversa houve a tradicional apresentação sobre
o NELCA, nossa Biblioteca, sobre o filme e a leitura do texto “Diálogo com Emma Goldman”, da companheira
Mabel Dias, de João Pessoa/Paraíba, autora dos livros “Mulheres Anarquistas – O Resgate de uma História Pouco Contada, Volumes
1 e 2”, pelo companheiro Renato do NELCA.
Quem tiver interesse, pode baixar o áudio completo do debate que aconteceu nesse dia, no seguinte link:
http://www.4shared.com/zip/elEJKdbf/23032013-Doc-Emma-Goldman-Cine.html
No mês de Abril, estava
previsto uma atividade em terras interioranas, na cidade de Bauru, seria mais
uma ação de propaganda em conjunto com o espaço de cultura alternativa Empório
e Cineclube Extinção, mas o imprevisto surgiu e a viagem prevista, acabou sendo
cancelada. Mas mantivemos a atividade proposta e com o envio das mídias DVD,
houve a exibição dos filmes anunciados “O
Sonho Não Acabou: O Teatro Anarquista em São Paulo”, “Escolas Modernas: Educação Libertária na São Paulo do Início
do Século” & “Pão Negro”,
com a colaboração do companheiro Aran Carrieri, responsável pelo Empório
Extinção. É dele que recebemos a narrativa sobre esta sessão realizada no
Cinextinção:
O CinExtinção (Bauru/SP) do dia 27/04/2013,
recebeu os curtas “O Sonho Não Acabou: O Teatro Anarquista em São Paulo”,
“Escolas Modernas: Educação Libertária na São Paulo do Início do Século” & “Pão
Negro”, na segunda sessão em parceria com o Núcleo de Estudos Libertários Carlo
Aldegheri (Guarujá/SP). Quase ninguém das vinte e três pessoas que lotaram a
pequena sala do CinExtinção (www.fb.com/extincao)
tinha qualquer noção sobre anarquismo e pedagogia libertária, longe disso. A
maioria nem sequer imaginava a existência da Escola Moderna ou da experiência
anarquista no estado do Paraná e no Brasil. Pela falta de (in)formação
histórica, que não se propaga nas escolas e meios tradicionais, ficaram espantados
e felizmente interessados na leve explanação que o curador do CinExtinção, Aran
Carriel, fazia entre os filmes. Foi feita uma analogia de continuidade,
considerando que a baixa circulação das idéias de autonomia e educação alternativa
ao povo que mudariam nossa realidade é a responsável por vivermos neste quadro
sócio-político presente, onde o pouco pão e o circo podre vêm como paliativos a
um país que podia muito mais. A maioria dos espectadores era de estudantes
entre 16 e 23 anos. Alguns interessados em 'estilo de vida alternativo' tiveram
ali bastante informação e estímulo para ao menos entender a nossa formação e a
possibilidade ativa de viver de modo mais autônomo e autêntico, e atentar à
cultura imposta que mais uma vez alienou uma grande parte da História em prol
de velhos ditames de uma política e educação classistas.
Tendo a propaganda e
difusão do ideal anarquista como uma das principais atividades, desde os
primórdios das ações públicas do NELCA, estamos realizando várias destas
atividades conjuntamente com a Cinemateca de Santos, através da exibição de
filmes, tendo uma apresentação inicial sobre o filme e o tema a ser ali
abordado, e após o filme, a realização de uma palestra ou roda de conversação,
visando fomentar a reflexão crítica tendo as perspectivas libertárias como
norte e apontar questões históricas sobre as lutas libertárias no decorrer da
história. Nestas sessões realizamos a exibição e debate de filmes e curtas
como: “O Sonho Não Acabou: O Teatro Anarquista
em São Paulo”, “Louise Michel: A
Rebelde”, “Francisco Ferrer i
Guardia, Uma Vida Para a Liberdade”, entre outros. Tais atividades sempre
contaram com público considerável e resultando em excelentes e enriquecedores
debates. Entendendo a sétima arte como importante ferramenta para nossos
objetivos, convidamos o companheiro Rafael Morato Zanatto para atividade
realizada em 11 de Maio, ocorrendo na Cinemateca de Santos a exibição do filme
de Jean Vigo “Zero de Conduta”
(1933), seguido da palestra “Cinema
& Anarquia – Vigo vulgo Almereyda”, onde o companheiro tratou da
relação cinema e anarquia (principalmente na França), o trabalho do coletivo
Cinema do Povo e de outros militantes ácratas, além da colaboração da película
apresentada e de Jean Vigo para o movimento anarquista. A sessão contou,
novamente, com público considerável e apesar do tom acadêmico da oratória do
companheiro, agradou ao público.
Abaixo segue os links do texto publicado no site “Passa Palavra”, dividido em
duas partes, escrito pelo companheiro Rafael e que foi a referência de sua
palestra:
1º Parte: http://passapalavra.info/2013/06/79137
2º Parte: http://passapalavra.info/2013/06/79818
Mês
de Junho, a revolta está nas ruas. A partir de ações iniciadas com o chamado do
Movimento Passe Livre, da cidade de
São Paulo, contrário ao aumento da passagem de ônibus na capital paulista, o
braço repressivo do Estado, com a sua função brutal de proteção ao capital, desce
as ruas visando expulsar os rebeldes dos espaços públicos e se contentarem com
a determinação do capital. Após alguns dias de intenso combate, com uma
repressão exagerada dos aparatos policiais contra os manifestantes, o número de
pessoas nas ruas revoltadas contra a opressão selvagem estatal aumentou
extraordinariamente, gerando um imenso número de pessoas nas ruas manifestando,
agora não mais somente contra o aumento da passagem
dos transportes públicos,
mas também reivindicando diversas demandas. Durante o processo da conquista
vitoriosa da luta contra o aumento da tarifa, grupos de direita, tomam de
assalto os manifestantes, seqüestrando a revolta popular tornando a mesma num
joguete político, visando enfraquecer o poder federal vigente e criar um tal
“movimento autônomo” sobre a orientação de elementos direitistas utilizando-se de
infiltrados (os coxinhas e P2), e da má, ou nenhuma, formação e orientação
política dos jovens manifestantes contentes (os chamados “ursinhos carinhosos”),
apenas em dizer não, sem ter uma proposta contrária ao sistema vigente. Foi em
meio ao calor destes confrontos e contrastes que no dia 22 de Junho de 2013,
realizamos mais uma atividade na Cinemateca de Santos, uma ação coletiva com as
Mães de Maio, com a exibição do
curta-documentário “Mães de Maio – Um Grito
Por Justiça” (2011), tendo a presença e fala da companheira Débora Maria, uma
das líderes do coletivo convidado. O público que encheu a sala da Cinemateca
(chegando à faltar cadeiras para muitos dos presentes), pode apreciar a
história das Mães de Maio, as ações que vêm sendo realizadas pelas mesmas, e as
denúncias contra um Estado opressor e assassino que nos circundeia. Ocorreu
também, como não podia deixar de ser, até mesmo pelo próprio contexto, uma
avaliação crítica e autocrítica das manifestações populares e as perspectivas sobre as mesmas. A atividade foi bastante enriquecedora para a formação militante social, enriquecida pelos informes e avaliações ali realizadas. Com as companheiras seguimos juntos na luta!!! Com elas seguem nossos votos de solidariedade e nossos corpos preparados para luta!!! Informamos que também, a partir dessa data, estamos distribuindo o segundo livro publicado pelas Mães de Maio, “A Periferia Grita”, quem se interessar o livro custa 30 reais.
Sobre as Mães de Maio, visualizem os seguintes endereços:
http://maesdemaio.blogspot.com.brhttps://www.facebook.com/maes.demaio?fref=ts
Abaixo
os links, em duas partes, com o documentário exibido:
Ainda
neste primeiro semestre de 2013, participamos de duas atividades realizadas no
Centro de Cultura Social, de São Paulo (CCS/SP), na organização do Ciclo
Comemorativo aos 80 Anos do CCS: Educação,
Conhecimento, Cultura – 80 Anos de Anarquismo.
Nossa primeira participação ocorreu em 25 de Maio de 2013, tendo o companheiro Marcolino Jeremias representando o NELCA, na atividade “Velhas Vozes Libertárias: Homenagem aos Antigos Militantes”, realizada junto com a companheira Miquelina, também membro do CCS/SP. Apesar do pouco público presente, o evento foi bastante interessante para quem estava interessado em conhecer um pouco mais sobre a história do anarquismo em São Paulo. Foram exibidos trechos de vídeos depoimentos de militantes como: Virgilio Dall’Oca, Carlo Aldegheri, Diego Giménez Moreno, Francisco Cuberos & Jaime Cubero, além de fotos de outros antigos militantes como Antônio Martinez, Ideal Peres, Esther Redes, Edgar Rodrigues, Anita Aldegheri, Oliva Castilho, Pedro Catallo, Edgard Leuenrouth, Felix Gil Herrera, entre outros. Foram comentadas algumas biografias e impressões pessoais de militantes que tiveram seus depoimentos exibidos, tornando o bate papo bem agradável e dinâmico. Com certeza o depoimento do Carlo Aldegheri foi o que chamou mais a atenção dos presentes e contribuiu para também fazer uma avaliação crítica do movimento anarquista.
Nossa primeira participação ocorreu em 25 de Maio de 2013, tendo o companheiro Marcolino Jeremias representando o NELCA, na atividade “Velhas Vozes Libertárias: Homenagem aos Antigos Militantes”, realizada junto com a companheira Miquelina, também membro do CCS/SP. Apesar do pouco público presente, o evento foi bastante interessante para quem estava interessado em conhecer um pouco mais sobre a história do anarquismo em São Paulo. Foram exibidos trechos de vídeos depoimentos de militantes como: Virgilio Dall’Oca, Carlo Aldegheri, Diego Giménez Moreno, Francisco Cuberos & Jaime Cubero, além de fotos de outros antigos militantes como Antônio Martinez, Ideal Peres, Esther Redes, Edgar Rodrigues, Anita Aldegheri, Oliva Castilho, Pedro Catallo, Edgard Leuenrouth, Felix Gil Herrera, entre outros. Foram comentadas algumas biografias e impressões pessoais de militantes que tiveram seus depoimentos exibidos, tornando o bate papo bem agradável e dinâmico. Com certeza o depoimento do Carlo Aldegheri foi o que chamou mais a atenção dos presentes e contribuiu para também fazer uma avaliação crítica do movimento anarquista.
Nos
links abaixo, quem tiver interesse pode conferir, alguns trechos dessa
atividade.
Parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=Lu81jCepeLg
Parte 2 http://www.youtube.com/watch?v=yXvC_YXIYZ0
Parte 3 http://www.youtube.com/watch?v=aio1STEHcro
A
segunda atividade ocorreu no dia 15 de Junho de 2013, no calor das
manifestações. Com o tema “Perspectivas do Anarquismo Hoje”,
roda de debate com a participação dos grupos libertários Ativismo ABC, CCS/SP,
Biblioteca Terra Livre e NELCA. Entre as histórias e ações apresentadas pelos
grupos, nós do NELCA sugerimos uma ação anti-sectária por parte dos vários
grupos anarquistas, pois acreditamos que neste momento de tensão social e pela
atual conjuntura, segundo nosso ponto de vista, o mais correto e fortalecedor seria
que os vários grupos e militantes anarquistas deixem de lado seus adjetivos e
juntem forças nas intervenções libertárias nos mais diversos espaços de
atuações, criando assim uma real perspectiva anarquista.
Em
breve publicaremos aqui, um relato sobre as atividades do NELCA, durante o 2º
semestre de 2013.
No
momento, ficamos aqui desejando os sinceros votos de Saúde & Anarquia a
todos os/as companheiros/as !!!
Ah sim, estou logada na conta da mina irmã.. peço que por favor entre em contato comigo pelo meu e-mail paloma.radiologia@hotmail.com
ResponderExcluirObrigada e força sempre! ;)